Depois da excelente discussão acadêmica no post do professor Leo Cabral com a foto da seleção brasileira fazendo alongamento estático como parte do aquecimento pré-jogo, deixo aqui mais um pouco dessa reflexão.
Na semana passada assistindo a uma reportagem sobre o jogo da Alemanha e Estados Unidos, observei os movimentos no aquecimento dos atletas (vídeo) que me chamaram atenção para essa discussão. Dois países referências em universidades e investimento em educação, mostrando a aplicação prática de suas pesquisas com esporte. Em adendo, a FIFA nos últimos anos através de pesquisas com futebol implementou um programa específico para diminuir lesões em atletas, chamado ‘FIFA 11+’ que constitui de exercícios de aquecimento com alongamento dinâmico, estabilidade, mobilidade, força, agilidade, velocidade de reação (McKay, Steffen et al. 2014, Owoeye, Akinbo et al. 2014). Corroborando com nosso estudo e aplicação desses métodos de aquecimento desde 2010 (Costa, Medeiros et al. 2011).
Na última década o número de referências com impacto (Qualis A1 A2) cresceu a favor do aquecimento- alongamento dinâmico, mobilidade, estabilidade (Bird and Stuart 2012) (McMillian, Moore et al. 2006). Em paralelo, outros estudos mostrando efeito deletério na força com alongamento estático antecedendo uma atividade/treinamento também aumentaram (Rubini, Costa et al. 2007) (Costa, Ryan et al. 2009) (Behm and Chaouachi 2011) (Trajano, Seitz et al. 2013) (Woods, Bishop et al. 2007) (Bishop 2003). Porém a ciência é ambígua, não posso deixar de mencionar que no mês de Março foi publicado um excelente estudo apresentando resultados diferentes, mostrando a diminuição na força após dois movimentos de alongamento dinâmico feito previamente. Esse resultado fortalece a discussão sobre o tema somando a outro estudo de 2013 com o mesmo resultado (Herda, Herda et al. 2013, Costa, Herda et al. 2014). Para quem não tem uma opinião sobre o assunto, esses ‘papers’ devem ajudar a entender o cenário.
Para terminar, o alongamento estático também é importante, a mobilidade é importante para qualidade de vida (Coelho and Araújo 2000, Cunha, Burke et al. 2008) e melhora do padrão motor em vários movimentos complexos, mas talvez em outro momento do treinamento dentro do microciclo. (McGill, Karpowicz et al. 2009, Battaglia, Bellafiore et al. 2014) (Caplan, Rogers et al. 2009) (Imagama, Matsuyama et al. 2011).
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